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El Solitário Patagônico El Solitário Patagônico


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[31 julho, 2006]


Posto de Aduana-Chile

Posto de Aduana. Chile


América do Sul 1986:
“Nica, Cigano do Atacama”
Foto nº 4



Posto de Aduana. Chile - 21 de maio, quarta-feira
Minha satisfação era imensa; enfim conseguira atravessar a Cordilheira, vencer o dinossauro branco!
Agora seria só descer, por entre as infindáveis curvas dos “caracoles” e começar a sentir o Chile.
Antes da aduana, 4 km, passara pelo Túnel Internacional de 3.187 metros.
▬Branca e fria natureza insólita, por que te esgueiras em curvas tantas e de tantas grotas, na expectativa de que aos teus caprichos ceda e caia inerte, sucumbindo ao teu orgulho imenso e voraz; eis-me aqui, todavia, pisando as farpas geladas, úmidas, de tuas lágrimas.
Não te quedes triste! Trarei do Atacama um fiapo de calor, para que me conheças...
Juarez

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[25 julho, 2006]


“El Solitário Patagônico”

Juarez, outra vez, no 3º Milênio


Na Patagônia chilena, lá na Terra do Fogo conheci no dia 14 de março de 2002 um ciclista francês muito especial: seu nome, Jacques Sirat.
Após um dia muito difícil cheguei a Porvenir, pequena cidade de 1200 habitantes às margens da Baia Chilota no Estreito de Magalhães. Meu propósito era, no outro dia, tomar uma balsa na base da Marinha e atravessar o Estreito de Magalhães para Punta Arenas, capital da Patagônia chilena.
Chegando lá encontrei o ciclista com o mesmo objetivo que eu; foi uma camaradagem e trocas de experiências muito boas.
O mau tempo cancelou a travessia e acabamos dormindo nas dependências da base, no chão de uma das salas, com nossos apetrechos de viageiros, isto por gentileza do comandante da Base, Ten. José Salazar.
A travessia de duas horas e meia só ocorreu no dia seguinte às 17h.
Chegando em Punta Arenas cada um seguiu seu rumo próprio: ele para o endereço de uma família chilena que conhecera na Argentina, e eu procurando um pedaço de terra para armar minha barraca.
Voltamos a nos ver algumas vezes em Punta Arenas, Vila Tehuelche, Puerto Natales e nas estradas. Das fotos aqui mostradas duas são desses encontros de estrada, na rota para Vila Tehuelche, onde se vê uma enorme casa de madeira, completa, sendo transportada por uma carreta e comboiada pelos carabineiros chilenos.
- Lá as pessoas quando se mudam, e podem, levam a casa junto.
Eu já estava no local filmando, fotografando e “batendo um papo” com os carabineiros quando aponta na estrada o Jacques Sirat com sua pesada bicicleta. Após nos divertirmos com aquela pausa inusitada seguimos para Vila Tehuelche (100 habitantes), onde nos reencontramos no dia seguinte à noite; de 14 a 26 de março foi uma sucessão de encontros e despedidas.
O projeto do ciclista Jacques Sirat é ambicioso e extenso. Sua historia começou em 1995 quando resolveu correr por toda a Europa. Durante 16 meses e 18.260 km gastou muitos pares de tênis, regressando à casa de seus pais e sua irmã, residentes numa pequena cidade próxima de Toulouse, França.
Pagou, entretanto, um preço pela aventura, perdendo o emprego e a noiva.
Gostou tanto da experiência de corredor que decidiu continuar pelo mundo, trocando os tênis por uma bicicleta.
No dia 30 de março de 1997, ao completar 33 anos, Jacques despediu-se da família e no dia seguinte partiu para a longa aventura. Quando o conheci estava a duas semanas de completar seus 38 anos e praticamente há cinco anos nas estradas.
Veja os caminhos por onde passou: França, Itália, Eslovênia, Croácia, Bósnia, Iugoslávia, Macedônia, Bulgária, Romênia, Ucrânia, Moldávia, Turquia, Síria, Líbano, Jordânia, Egito, Iêmen, Oman, Paquistão, Índia, Nepal, Bangladesh, Cingapura, Malásia, Tailândia, Laos, Cambodja, Vietnã, China, Coréia do Sul, avião para a Califórnia, México, Cuba, Haiti, República Dominicana, Guadalupe, Ilha Dominica, Ilha Martinica, Santa Luzia, Trinidad e Tobago, as Guianas, Suriname, Brasil via Macapá, Belém, Maranhão e todos os estados pela costa até Curitiba, Foz do Iguaçu, Paraguai, Uruguai, Argentina e Chile.
O Jacques viaja com pouquíssimo dinheiro, por isso trabalha nos lugares que tem oportunidade, para se manter. Fotografa com uma câmera comum, escreve o dia a dia de sua vida nômade como ele mesmo se identifica em seu título “cyclo-nomade”.
Quando há possibilidade envia este material para sua irmã na França, a qual o transforma em dinheiro, dinheiro esse que é enviado para uma organização na África, de combate a fome das crianças naquele continente.
Pretende seguir nesse projeto maravilhoso por VINTE ANOS!
Quando nos despedimos dia 26 de março de 2002 em Puerto Natales, Chile, ele lá ficou por 6 meses para tomar conta, sozinho, de uma pequena fazenda, em pleno inverno, para receber 1.200 dólares. Depois retornou às estradas do Chile, Perú, Bolivia, Mato Grosso e São Paulo, regressando à França em outubro de 2004, completando assim 7 anos e meio pedalando. Escreveu um livro sobre essa primeira parte, o qual se chama “Cyclo-nomade”, cujo preço é de 36 Euros, mas não é encontrado no Brasil, por ora.
A segunda parte de sua aventura começa dia 30 de outubro próximo, com seu novo projeto, “O coração dos rios” (L’âme des fleuves).
Será de quatro anos e por quatro continentes, percorrendo com sua bicicleta um rio importante de cada continente, vivenciando a vida dos ribeirinhos.
Começará pelo Brasil e o rio escolhido é o São Francisco.
Depois o Rio Níger na África. No terceiro ano o Rio Danúbio, na Europa e por último o Rio Ganges na Ásia.
Recebi dia 22 de julho, há três dias portanto, um e-mail do amigo Jacques Sirat informando-me desse seu novo projeto. Coincidentemente eu já estava com este texto em andamento e ao receber o comunicado do Jacques só posso dizer que estou feliz em poder enriquecer meu texto com esta ótima novidade.
Espero rever o amigo em novembro próximo.
- E lembre-se: 10 mil quilômetros não serão mais os mesmos, desde que você dê o primeiro passo.
Juarez

Com Jacques Sirat

Com Jacques Sirat

ARMADA DE CHILE
CAPITANIA DE PUERTO DE TIERRA DEL FUEGO




Com Jacques Sirat

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às [10:17 PM]


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[22 julho, 2006]


Punta de Vacas

"Punta de Vacas - Argentina"


América do Sul 1986:
"Nica, Cigano do Atacama”
Foto nº 3


“Punta de Vacas” - Argentina, 21 de maio, quarta feira.
A 2.395 metros de altitude, onde está a aduana. Aqui cheguei após rodar 156 km procedente de Mendoza.
Após os trâmites aduaneiros normais preparo-me par cruzar o Túnel Internacional, 32 km mais à frente, entrando em território chileno.
- Argentina que abrigou minhas primeiras emoções, despertou minha confiança, fez-me crer na realidade de chegar.
San Salvador, San Francisco, San Luis e |Mendoza municiaram-me, a cada despertar de novas forças, novos caminhos a seguir. Verdes coxilhas, pastagens, algum sol, chuvas, tango, samba, por que não? O Brasil já distante e ele, gigantesco dinossauro, adormecido ali bem a minha frente, calculista e frio como sua própria carapaça: os Andes!

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[21 julho, 2006]


El Solitário Patagônico
“Juarez, outra vez, no 3º milênio”


Partir sozinho para uma viagem que tenha ingredientes de aventura é uma decisão difícil, que requer cuidadosa preparação, saúde, objetivo, uma logística quase perfeita, pelo menos (!), e ...muita mentalização.
Por outro lado, se o projeto de aventura tiver como participantes duas ou mais pessoas então cria-se a possibilidade de divergências dentro do grupo. É um assunto atraente para uma boa palestra.
Vou lhes contar, resumidamente, uma viagem de aventura feita por cinco rapazes a bordo de um motor-home pela Argentina e Chile, em pleno inverno.
O depoimento é feito por um deles à revista “Acampar”, e seu nome é Amyr Khan Klink. Ele já houvera feito de moto uma travessia pelos pampas argentinos durante vinte e seis dias no verão de 1974.
Seu irmão Tymur Khan Klink e mais três amigos, Eduardo Ribeiro do Vale, Roberto Haenel e Roberto Corradi planejavam uma viagem de carro até o Chile, no inverno de 1977. Pediram a Amyr fotos e mapas da região que ele conhecera de moto três anos antes.
Na noite do dia 30 de junho de 1977 conversaram por horas sobre a viagem do grupo, e Amyr resolveu ir junto, sendo que sua idéia de irem no motor-home foi aprovada.
No dia seguinte, 1º de julho de 1977, já à noite partiram os cinco rumo a Curitiba; começou então uma aventura de 45 dias, o dobro do tempo previsto, passando pelo sul do Brasil, Uruguai, Argentina e Chile.
O depoimento de Amyr Klink segue em nove páginas e doze fotos, mostrando todas as peripécias vividas por eles naquele inverno.
Agora vou reproduzir parte de dois títulos do depoimento do Amyr.
“Encrenca a vista”.
“Já estávamos ficando tensos, tentando voltar para o Brasil. Fomos algumas vezes tentar fazer parte dos que iam atravessar, porém não conseguimos e nestas idas e vindas, no sábado à noite tivemos uma briga. Eu briguei com o Beto Haenel e quando fui dar um soco nele, caímos sobre a janela e ela se quebrou. Como ela era grande, não podíamos entrar na Cordilheira sem os dois vidros então fomos obrigados a ficar em Santiago até na segunda-feira para consertá-la. Perdemos o domingo, o único dia para atravessar a Cordilheira.”
“Com os nervos a flor da pele”.
“Essa insegurança abalou a todos e nesta hora eu percebi que conviver com um grupo de pessoas, num espaço restrito é alucinante, deixando todos fora de controle, completamente nervosos.
Quando chegamos na aduana argentina as tensões se multiplicaram assustadoramente, meu amigo queria largar lá os cinco caminhões que nos acompanharam o tempo todo, mas eu não concordei. Ele insistiu em ir embora e me deu um soco na cara. Nós brigamos uma hora e meia até desmaiarmos quando a polícia veio apartar a briga, dando joelhadas nas nossas costas. Quando acordamos começamos a rir sem entender realmente porque havíamos brigado.”
- Esse relato do Amyr Klink confirma quão difícil é harmonizar pessoas dentro de um projeto de viagem ou aventura.
Viajando sozinho eu não tenho ninguém com quem brigar, a não ser que brigue comigo mesmo, o que, convenhamos é algo maluco! Já imaginaram eu perder a briga para mim mesmo? Seria o caos de um “auto-relacionamento”... restaria dizer: que seria de mim se não fosse eu mesmo.
Brincadeiras à parte, as viagens em solitário do Amyr Klink estão relatadas em seus livros. Em 1984, por exemplo realizou em 100 dias a travessia do Atlântico, da África ao Brasil, num pequeno barco a remo: algo extraordinário!
Juarez






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[15 julho, 2006]


El Solitário Patagônico

O assunto de hoje é Pingüim!
Para começar, uma pergunta: onde há mais pingüins, no Pólo Norte ou no Pólo Sul? Nem uma coisa nem outra, pois pingüins só existem no Pólo Sul. No Pólo Norte os donos daquele gêlo todo são os ursos!
Conheci a Pingüinera de Punta Tombo, na província de Chubut lá na Patagônia argentina. Nessa área de preservação natural temos todos os anos, de setembro a abril, um número de 440 mil indivíduos (em 2002) que sobe da Antártica e lá chega para a festa barulhenta da procriação, na maior pingüinera continental existente.
Tudo começa quando, somente os machos, deixam a Antártica e chegam a Punta Tombo com a missão de preparar suas tocas para o futuro acasalamento.
Vale lembrar que os pingüins são monogâmicos o que significa dizer que a companheira de agora será a mesma do ano anterior. Outro fato são os novos adultos, aqueles que pela primeira vez vem procriar e por isso tem que construir sua toca naquele terreno de pequenas pedras arredondadas, repleto de arbustos baixos onde prolifera o “calafate”, resistente e espinhoso.
Muitos desses novos “noivos” tentam malandramente apoderar-se das tocas já existentes, quando então o “pau quebra” contra os legítimos e antigos donos.
Depois que tudo entra nos eixos e todos já tem sua toca, chegam as 220 mil noivas: é uma festa geral!
A fêmea põe dois ovos, que são chocados num revezamento contínuo pelo casal, para que cada um se lance ao mar em busca de comida.
É muito difícil que os dois ovos vinguem e cresçam os dois pingüins, devido aos predadores de terra e do ar, tais como zorrilhos, raposas, gaviões, etc..
Os filhotes são chamados “pichones” e sua alimentação é feita pelos papais em revezamento; enquanto um cuida do “pichone” o outro vai ao mar, alimenta-se e traz aproximadamente 1kg de alimento pré digerido numa bolsa interna, regurgitando aos poucos o alimento para o filhote. E assim o casal segue neste trabalho incansável até que, já grandote o pingüim começa a se aventurar a nadar: é maravilhoso ver essas tentativas da “criançada” na praia pedregosa; tenho cenas filmadas.
O tempo vai passando até que aquela imensa quantidade de jovens pingüins dá “tchau” aos papais e se manda para a Antártica.
Os papais pingüins, cansados e esbudegados pela tarefa cumprida, imposta pela mãe natureza, permanecem na pingüinera para a troca de toda a plumagem. Num belo dia de abril, já recuperados e devidamente emplumados, aqueles milhares de pingüins lançam-se ao mar num longo retôrno à Antártica.
Estes pingüins são da espècie “magallanes”, identificados pelos dois colares pretos no papo.

Pinguinera Punta Tombo

Pingüinera Punta Tombo


Guarda-parque Miguel

Guarda-parque Miguel


Aprendendo à nadar

Aprendendo à nadar


Pinguins

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[11 julho, 2006]


América do Sul 1986:
“Nica, Cigano do Atacama”



Ruinas Mayas de Tikal

Ruínas Mayas de Tikal, Guatemala



Não raro nos deparamos com situações desgastantes em polícias de fronteira ou não, nas aduanas, estradas, aeroportos, etc..
Faz parte da aventura topar com essas pedras no caminho, apèsar de toda a preparação e cuidado que se deve ter. O que ocorreu comigo em Puerto Natales, Chile, ficando detido trinta e uma horas e dormindo em uma cela é um exemplo disso.
Vou lhes contar outro incômodo semelhante pelo qual passei, sem todavia chegar a extremos: foi na Guatemala.
Conhecera no México os quatro mais importantes sítios arqueológicos da civilização Maya, e ao chegar na Guatemala um dos meus propósitos foi visitar as ruínas de Tikal, tão imponentes e importantes quanto às do México.
Localizam-se ao norte, aproximadamente 300km da capital, Guatemala City, onde se chega por estrada ou avião. A estrada é ruim e a viagem leva umas 10 h.
Na condição de pilôto procurei saber da possibilidade de viajar num avião militar, pois naquela região há uma base chamada “Santa Elena”. Fui à base aérea, procurei o oficial de dia e a resposta foi positiva, ou seja, no dia seguinte as 7:15h decolaria um avião para “Santa Elena”, e com certeza eu poderia viajar.No dia seguinte as 6:30h lá estava eu; identifiquei-me, disse o motivo da visita e fui convidado a esperar numa sala, da qual se tinha acesso e vista ampla para um pátio interno.
Aos poucos foram chegando os militares e em alguns minutos já estavam perfilados no tal pátio, para a ordem do dia. – lembrei-me com saudade do meu tempo de serviço no exército, “cabo 415”, lá no Forte Barão do Rio Branco em Niterói... não tive dúvida, peguei a máquina fotográfica e... “clique”! guardei aquela imagem dos soldados e seus superiores.
Não deu outra: o esperto sargentão me viu, largou a bateria perfilada e veio em minha direção para tomar-me a máquina. Não permiti, dei minhas explicações e ele então chamou outro militar, o qual me encaminhou, com meus pertences, até a sala do comandante da base aérea, Cap. Rolando. Aí pensei: acho que vou entrar pelo cano ou cana, não faz diferença o sexo da palavra.
Já na sala, somente eu e o capitão a conversa começou com aviação e terminou com ele alertando-me sobre não mais tirar fotos em recinto militar (que eu bem sei); atendeu-me com cortesia e o susto passou. Ao final levou-me pessoalmente à Sala de Operações e determinou meu passe como tripulante extra no vôo para a base Santa Elena, a bordo de um Focker F27.
A base fica numa pequena cidade chamada Flôres; lá cheguei e no outro dia cedo encarei uma estrada de terra, 65km, num exótico ônibus jardineira!...
Começou outra historinha, ao conhecer as maravilhosas ruínas Mayas de Tikal.
Juarez
Base Áerea de Sta. Elena

“Na Avenida em frente à Base Aérea”



“FAG, Fôrça Aérea Guatemalteca”



“Momento em que fui flagrado no ilícito...”


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[09 julho, 2006]


Valentim e Juarez, A Missão



09 de julho de 2006


Acabo de assistir o jogo final da Copa do Mundo na Alemanha, com a Itália vencendo nos pênaltis a França por 5x3. De imediato algumas lembranças futebolísticas e de viagens me surgiram.
O mundo vai girando e misturando alegrias e tristezas de todos. Na Copa da França em 1998 as alegrias foram dos franceses, ao vencerem o Brasil por 3x0. Hoje eles também fizeram 3 gols, porém as alegrias da vitória ficaram com os italianos ao converterem order5 gols.
Naquela Copa de 98 meu amigo Carlos Valentim por lá perambulava com sua Kombi, /recuperando-se da ressaca e da cabeça inchada, pelo show que o Zidane e cia. Impingiram à seleção brasileira.
Já apresentei em meu Blog o Carlos Valentim, com sua Kombi toda incrementada com dizeres e cores patrióticas rumo ao “Penta”, que não veio graças ao Zidane.
A um insistente convite do Carlos lá fui eu encontrar-me com ele e sua Kombi, em Bruxelas, para um passeio até o Círculo Polar Ártico. Passamos pela Alemanha na ida e na volta, conhecendo muitas dessas cidades sedes dos jogos de agora, 2006.
A Alemanha já era a escolhida para a Copa de 2006, e nós, comentávamos que em 2002 na Ásia (Japão e Coréia do Sul) o Brasil alcançaria o “Penta” e que, aquele belo país que na oportunidade estávamos conhecendo seria, oito anos depois o cenário ideal para uma apoteótica conquista do “Hexa”!... e Viva o Brasil!
- É, acho que o Carlos naquele outubro de 98 não estava totalmente recuperado da ressaca Zidanesca e eu acabei me contaminando...
- Vamos em frente! O Carlos está lá na Alemanha, sabe Deus como... ainda bem que eu não fui. Ele chega dia 13 (data feinha, né?)
Estou preocupado com qual solução eu e meu amigo nos valeremos para mais uma vez curarmos nossa ressaca e cabeça inchada... penso em duas: voltamos ao Círculo Polar Ártico, como em 98, onde o frio gelado é ótimo pra pancada ou então, sem despesas de viagem, aqui ficamos e tomamos um chá bem forte de folhas mortas de parreira!...
Em tempo: Esta foto é do primeiro dia da viagem, ainda na Bélgica. Cheguei nesse dia 02 de outubro, meu aniversário, e neste pôsto onde dormimos na cidade de Leuven comemoramos com um vinho espanhol e um bolo francês tão “insigne e ficante” data...
Juarez


02_10_98 Meu aniversário

Brandenburger Tor

BRANDENBURGER TOR - BERLIN


Catedral de Berlim

CATEDRAL DE BERLIM


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[08 julho, 2006]


Aduana de Uruguaiana

Aduana de Uruguaiana



América do Sul 1986:
“Nica, O Cigano de Atacama”
Foto Nº 2



Aduana de Uruguaiana, fronteira com a Argentina. 17 de maio, sábado
Passando por São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul após 1.800km aqui estou, prestes a cruzar o rio Uruguai e tocar a primeira cidade argentina: Paso de Los Libres.
Nesse dia nublado vou iniciar, verdadeiramente, minha viagem por terras estranhas. Pernoitei gostosamente aí mesmo, no pátio da aduana, procurando marcar de forma indelével este último estágio brasileiro.
- Fiquem com o rastro que deixo das pesadas rodas desta “Diligência de longo curso”, com rumo atrelado tão somente à direção do horizonte desconhecido; não me sigam! Permaneçam alegres como um sábado de sol e admirem lá no alto, na noite limpa que se segue, o ballet das estrelas coreografando minha mensagem: vivo um sonho!...
Juarez


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às [7:49 PM]


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[03 julho, 2006]


América do Sul 1986:
“Nica, Cigano do Atacama”



França 3x1 Brasil



Estamos de “cabeça inchada” depois do vexame dado pela seleção brasileira neste sábado. Como se diz na gíria: somos fregueses de carteirinha.
Tudo começou na Copa de 58 na Suécia, no jôgo semi-final, único que vencemos por 5x2 e Pelé fez 2. A França jogou parte do tempo com 10 jogadores, por que em um choque com um brasileiro o jogador francês quebrou a perna; naquela época a regra não permitia substituição de forma alguma.
O Brasil foi para a final com a Suécia vencendo igualmente por 5x2, e ganhamos nosso primeiro título.
De lá para cá só perdemos. Procurando no meu arquivo de fotos descobri esta que aqui está, feita no estádio Jalisco de Guadalajara no dia 21 de junho de 1986, por coincidência num sábado como agora.
Foi o primeiro vexame, ao perdermos nos pênaltis. No jôgo o Brasil fez 1x0 e depois a França empatou. Eu estava na arquibancada ao lado da área e houve um pênalti que o Zico perdeu e lá se foi a vitória no tempo regulamentar. O jôgo foi para a prorrogação, que ficou em 0x0, indo para os pênaltis e os franceses nos tiraram da copa numa quarta de final, como agora. De lá para cá a história recente está bem viva: 1998 foi o segundo vexame, em Paris, com o tempero amargo do Ronaldo convulsão, amarelão meu irmão! Por isso a França sábado fechou o placar em 3x1.
Em nossa seleção este negócio de jogador “ET” já é tradição: jogador “Extra Tratamento”. Na Argentina em 1978 o atacante Reinaldo, já sem os quatros meniscos foi para lá em precárias condições; na época o tratamento mais moderno e adequado era um equipamento chamado Gladiador, de procedência alemã, o “top” na época. Foi importado pela CBF e levado para lá, na tentativa de recuperá-lo, com resultado pífio. Parece-me que fez um jôgo e nada acrescentou.
No México 86, o Zico chegou com um joelho “baleado” e só conseguiu jogar parcialmente na derrota para a França. Montaram um esquema exclusivo para tentar recuperá-lo. No dia seguinte ao da derrota ele e família viajaram para os Estados Unidos, onde operou o dito cujo. Vale lembrar que este jôgo também foi numa quarta de final.
Na França 98 foi o Ronaldo amarelão; como torcedor não tenho dúvida. E agora na Alemanha, o que aconteceu?
Inovaram com um super bem montado SPA, para emagrecimento ultra rápido de jogador comilão.
Ah! Ia me esquecendo! Acho que descobri o que houve no lance do gol francês em que o Roberto Carlos põe as mãos nos joelhos para arrumar as meias: uma mosquinha branca e azul com um galinho vermelho no peito me disse que ele estava, na verdade... tirando caspas dos joelhos!
Juarez



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às [10:05 PM]


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[02 julho, 2006]


América do Sul 1986:
“Nica, Cigano do Atacama”


Dormi com um astro: Pinochet!!!


Viagem longa como essa que fiz de 223 dias, passando por vários países, com dois veículos, necessita-se documentação apropriada para os mesmos, além do passaporte pessoal.
Outra coisa que incomoda é a passagem nas fronteiras com aduana, imigração, etc. A declaração de objetos é algo de grande importância quando se sai do país, isto por que tais objetos obrigatòriamente estarão em trânsito naqueles países, sendo conferidos na volta ao país de origem, no caso o Brasil.
Na cidade de Arica, norte do Chile, já voltando e apèsar de todo cuidado houve uma falha nessa papelada, sem que eu soubesse e como conseqüência ficou a dúvida de que eu deixara equipamentos no país.
Após três anos, com os mesmos veículos (Dodge e trailer) e equipamentos, na viagem pelas patagônias, ao entrar no Chile fui detido na “Aduana Dorotéa”, 19km antes de Puerto Natales. Levaram-me para o prédio da Polícia Nacional daquela cidade onde eu e os veículos ficamos “presos”.
O problema era uma pendência de aduana, sobre a qual eu seria interrogado no tribunal de aduana de Punta Arenas, distante 250km. Inicialmente eu ficaria preso 10 dias, porém consegui convencê-los da urgência em me livrar daquela situação; resultado: no dia seguinte, 11 de maio, iríamos a Punta Arenas para o interrogatório.
-Pensava eu que iria dormir no trailer, lêdo engano... seria no “carcel” mesmo! Percebí que eu era um delinqüente internacional perigosíssimo, qüá, qüá, qüá!

Estava com fome e um policial ficou dentro do trailer vigiando meu banquete; ofereci uma cachacinha brasileira, só de sacanagem, mas não aceitou.
Peguei algumas coisas para o repousante pernoite na cela: colchonete, cobertor, toalha, despertador, diário e a máquina fotográfica.
A cela individual teria uns 3x2 metros, uma cadeira e nada mais. Numa parede um papel com o regulamento e noutra uma foto colorida de mais ou menos 50x60 centímetros do poderoso Pinochet! Não tive outra saída senão escrever meu diário naquele chão frio, apagar a tênue luz do cubículo e ... dormir com o astro Pinochet!
- No outro dia segui com os policiais em um jeep para o tribunal em Punta Arenas onde cheguei ao meio-dia e só fui liberado no fim da tarde, para voltar com eles à Polícia Nacional de Puerto Natales. Foram 5 horas de muita conversa, telex para as aduanas, mas por fim comprovei que os tais equipamentos de fotografia, vídeo, tv, filmes, etc estavam comigo e eram os mesmos da viagem anterior.
No ano seguinte desta experiência, 1990, Pinochet saiu de cena, felizmente para os chilenos.
Agora em 2002 fui rever Puerto Natales de motoca e fiz uma foto à frente da tal Polícia Nacional, que me abrigou por uma noite.
Juarez

Polícia Nacional de Puerto Natales

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Eu na prisão
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[01 julho, 2006]


Botin de Guerra argentino


Estamos em pleno andamento dos jogos da Copa do Mundo na Alemanha e tal evento nos reporta a verdadeiras batalhas desportivas dentro dos campos, mas que as vezes nem tão desportivas são. Ao final de tantos jogos surge o grande campeão! – vem a entrega da dourada taça, das medalhas, muita alegria, discursos, tudo isso para que fique bem claro que alguém venceu e o outro perdeu.
Meu título de hoje, “Botin de Guerra argentino” é exatamente isso, glória ao vencedor.
Botin, em espanhol significa botina ( lembra botinada na gíria futebolística), polaina, produto de ataque / roubo, palavra também usada como troféu de guerra .
Trinta quilômetros antes da foz do Rio Negro na costa atlântica da Argentina há duas cidades patagônicas, uma em cada margem do rio, que são Viedma e Carmen de Patagones. Patagones pertence à Província de Buenos Aires e Viedma à de Rio Negro, sendo sua capital.
Em 1827 esses lugares eram apenas vilas de desbravadores fazendeiros com seus trabalhadores mesclados aos indígenas da região. Não havia estrada, o transporte era por rio, mar ou à cavalo naquelas distantes planícies.
-No Brasil colonial forças militares navais gaúchas preparavam-se para conquistar a Patagônia argentina, navegando com sua esquadra pelo Atlântico até a Bahia San Blas distante 50km da foz do Rio Negro, baia esta onde montaram sua base para o ataque final.
Do outro lado, em Carmen de Patagones, a população local e os militares também se preparavam para combater os invasores.
Em Patagones havia uma aldeia indígena com sua capela, bem como uma fortificação militar com aqueles canhões de época, cuja derradeira torre é hoje “tombada” como patrimônio nacional e localizada nos fundos da atual Catedral Virgen del Carmen.
No dia 7 de março de 1827, subindo o Rio Negro chegam os conquistadores brasileiros com sua frota naval, e numa batalha sangrenta de apenas um dia são clamorosamente derrotados...
Aos vencedores argentinos coube-lhes tomar dos brasileiros como “Botin de Guerra” aquilo que melhor lhes parecesse do que sobrou e escolheram duas: apoderaram-se de sete bandeiras, as quais ainda possuiam no seu centro o brasão do Império Português.
Ficaram guardadas na capela indígena por décadas, até que um dia houve um incêndio e sobraram apenas duas, tendo uma cinco metros por três e a outra quatro metros por três.
Nessa época já se iniciava a construção da atual Catedral, projetada para ter quatro naves e concluída com apenas duas. De modo geral o altar é a primeira parte da obra a ser concluída, para poder reunir os fiéis; assim sendo colocaram as duas bandeiras, dobradas num tamanho de 1,5 por 1 metro na parede do altar em um espaço rebaixado.
Passaram-se os anos quando em 1965, a Catedral já concluída, o Governo Federal tentou recambiar os “Botins de Guerra” para a capital Buenos Aires. Foi uma confusão danada com o governo provincial, o qual acabou vencendo a parada, com argumento lógico de que a guerra foi em seu solo.
Como Carmen de Patagones naquela época não possuia um museu a solução foi continuarem lá mesmo, sendo retiradas e restauradas meticulosamente e recolocadas abertas dentro de painéis de vidro com seus respectivos tamanhos, os quais estão afixados nos lados das duas naves.
A final da Copa do Mundo será dia 9 de julho, data nacional na Argentina. Hoje sua seleção foi eliminada pela Alemanha, porém, imaginaram vocês se o jogo final fosse entre Brasil e Argentina? Se ocorresse, esperaríamos que o vencedor não seqüestrasse como “Botin” as bandeiras do vencido, senão seriam necessárias milhares de igrejas para guardá-las, religiosamente...
-E o segundo “Botin”? Ah, esse foi surpreendente: uma música! Consta, e é verdade, que o Imperador Pedro II era apaixonado por música e um grande compositor. Ele considerava como certa a vitória dos brasileiros naquela batalha, por isso escreveu a partitura de uma marcha como celebração da vitória. Supõe-se que a partitura foi encontrada no corpo de um soldado brasileiro e considerada então “Botin de Guerra”.
Por decreto do General Bartolomé Mitre tal marcha é utilizada para render honras ao Presidente da Nação e à Bandeira Nacional de Guerra.
Atualmente existe um pequeno museu em Carmen de Patagones, a beira do Rio Negro onde se pode ver um grande pedaço de madeira de um dos barcos brasileiros chamado Itaparica.
Juarez



POSTADO POR:EL SOLITÁRIO PATAGÔNICO
às [1:22 AM]


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